Envolvendo tanto a região do pescoço quanto as regiões torácicas, lombar e ciáticas, a dor crônica na coluna é uma das queixas mais comuns relatadas pela população adulta e leva à incapacidade, reduz a funcionalidade e pode gerar afastamento no trabalho. Afinal, imagine sentir uma dor incômoda todos os dias por meses. Como ficaria a sua funcionalidade, seu rendimento, produtividade e humor?

O sintoma afeta tanto homens quanto mulheres e estima-se que cerca de 70% a 85% da população terá algum episódio de dor nas costas no decorrer da vida. Um número muito significativo. Mas por que isso acontece? A dor crônica por ser resultante de alterações na anatomia ou fisiologia da coluna, como o desgaste nos componentes osteomusculares de sustentação. Pode também estar relacionada à gestação, processos inflamatórios, degenerativos, neoplásicos (tumores), defeitos congênitos (lordoses, cifoses, debilidade muscular) e podem também ser causadas por fatores externos, como acidentes de trânsito, quedas, dentre outros.

Mas o que faz com que algumas pessoas tenham dor e outras não?

É verdade que alguns estudos mostram maior prevalência dos sintomas nas mulheres. Mas quais os motivos para que elas tenham mais dor na coluna que os homens?

  1. Percepção da dor: um dos motivos é que a mulher tem maior percepção quanto à doença e, por isso, reconhece melhor a dor e busca mais ajuda no tratamento. Assim, temos mais relatos de mulheres nos consultórios e também nas pesquisas.
  2. Diferenças na anatomia feminina: a menor estatura, menor massa muscular, menor massa óssea, articulações mais frágeis e menos adaptadas ao esforço físico extenuante podem acarretar mais sobrecarga na coluna.
  3. Tarefas domésticas e trabalhos repetitivos: outros fatores também estão associados como, por exemplo, a realização de tarefas domésticas em maior intensidade, maior exposição aos trabalhos repetitivos, posição não ergonômica e trabalho em grande velocidade.
  4. Gravidez: esse momento da vida também contribui e explica a maior prevalência de dores na coluna entre mulheres. Na gravidez, atuam hormônios como a relaxina, estrógeno e progesterona, que aumentam a flexibilidade dos ligamentos da coluna e quadril, ocorrendo também aumento da lordose, das contraturas musculares (em função do aumento do peso) e alteração da postura (em função do crescimento do feto).
  5. Pós-parto: nesse outro momento da vida, a dor na coluna pode estar relacionada às inadequações posturais ao amamentar, ao peso da criança entre outros motivos.

Apesar desses fatores estarem mais relacionados às mulheres, a dor crônica na coluna pode aparecer independente do sexo. E os que mais influenciam são: aumento da idade; baixa escolaridade; história de tabagismo; consumo elevado de sal; relação com atividades pesadas no trabalho ou domésticas, assim como o aumento do tempo gasto nessas atividades; ter sobrepeso e obesidade; ter doenças crônicas como hipertensão e colesterol elevado.

E você? Possui alguns desses fatores de risco que influenciam o aparecimento da dor?

 

 


Dr. José Carlos Barbi – CRM 32705